Orientações sobre o novo coronavírus elevam
ligações ao 192
A pandemia do novo coronavírus (covid-19)
no país vem mudando não somente a rotina de vida das pessoas, mas toda a
estrutura da rede pública de saúde. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
– SAMU 192 na Região da Baixada Fluminense, por exemplo, vem registrando um
incremento no número de chamados a cada dia.
Segundo a diretora Técnica do Cisbaf,
Márcia Cristina Ribeiro, na primeira semana de março a central regional recebeu
cerca de 8.500 ligações, que se subdividiram em pedidos de informação,
regulação médica, solicitação de transferência e/ou internação, dentre outros.
Entretanto, na última semana do mesmo mês, o número total de contatos subiu
para 10 mil, e vem crescendo a cada semana, principalmente após o Ministério da
Saúde decretar o estado de transmissão comunitária do novo coronavírus em todo
o Brasil.
– Não podemos aferir com precisão
ainda a taxa de ligações exclusivamente sobre a covid-19, mas o SAMU é um
serviço essencial na estrutura da rede de saúde pública e, neste momento
crítico de pandemia, vem mostrando mais uma vez a sua relevância no salvamento
de vidas. As regulações (atendimentos) podem variar, desde uma idosa
perguntando se poderia ir à igreja, onde tivemos a orientação médica sem a necessidade
de envio de ambulância, até casos graves de insuficiência respiratória que
demandam da ida de uma viatura com equipe de urgência – explica a diretora.
A central de regulação funciona 24h,
sete dias da semana, inclusive feriados, e conta com uma equipe formada por
médicos, técnicos auxiliares de regulação médica (TARMs) e operadores de frota.
O Cisbaf administra a central regional de regulação e as bases descentralizadas,
incluindo ambulâncias e respectivos profissionais, são de responsabilidade dos
municípios.
No relatório do Observatório de Saúde
elaborado trimestralmente pelo Cisbaf, que avalia os dados registrados no
sistema de gestão da central de regulação do SAMU 192, os motivos de chamados
ao serviço de urgência também vêm se modificando. As doenças respiratórias, que
antes ocupavam a 12ª colocação no ranking, agora subiram para a 8ª posição. Porém,
Márcia Ribeiro faz um alerta e acredita que as doenças respiratórias já sejam
atualmente uma das três principais causas de ligações para o 192. “Precisamos
considerar que este relatório compreende o período de janeiro/fevereiro/março e
nos dois primeiros meses do ano ainda não tínhamos o novo coronavírus
circulando no país”.