Fórum reúne cerca de 100
médicos da Atenção Básica e da Urgência e Emergência
Médicos da Atenção Básica e da
Urgência e Emergência da Baixada Fluminense participaram do “Fórum Declaração
de Óbito - O que o médico deve saber", promovido pelo CISBAF – Consórcio
Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense, em parceira com o CREMERJ –
Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, na manhã desta
sexta-feira (20), no auditório da AMNI - Associação Médica de Nova Iguaçu. O
evento teve o objetivo de orientar tecnicamente e esclarecer todo o respaldo
legal aos profissionais sobre o preenchimento do atestado nos casos de óbitos
naturais ou clínicos, quando não há indício de morte violenta ou suspeita. O
presidente do consórcio e prefeito de São João de Meriti, Dr. João Ferreira
Neto, o presidente do Cremerj, Dr. Nelson Nahon, o coordenador do GSE/SAMU da
cidade do Rio de Janeiro, Cel. Márcio Moura Mota, a secretária executiva do
Cisbaf, Dra. Rosangela Bello, dentre outras autoridades participaram do fórum.
Rosangela Bello abriu o evento contextualizando
a situação e enfatizou o aumento do número de óbitos domiciliares na região. Dados
do Observatório de Saúde da Baixada Fluminense/CISBAF, mostram que o óbito
domiciliar passou a ser a segunda causa de ligação para o Samu 192 Baixada no
último trimestre (476 chamados). “Isso representa um aumento expressivo se
comparado ao trimestre de julho a setembro de 2017, onde era a sexta causa de
ligação (269 chamados).
Para o presidente do Cisbaf, Dr. João,
o evento é da maior importância para a região porque vai ajudar a resolver um
problema social. “A dificuldade que as famílias enfrentam para conseguir a
declaração de óbito se tornou um problema extremamente grave na Baixada
Fluminense. Com a população envelhecendo, o número de mortes naturais dentro de
casa aumento muito, trazendo um grande transtorno para as famílias, que muitas
vezes precisam recorrer à polícia”, destacou. O prefeito acrescentou que no
início de abril implantou no município de São João de Meriti o SVO – Serviço de
Verificação de Óbito, emitindo, até a presente data, 11 declarações.
O presidente do Cremerj, Dr. Nelson
Nahon, elogiou a iniciativa do consórcio e falou que há vários anos a entidade
vem incentivando o estado e os municípios a criarem o SVO. Destacou a
necessidade de o estado voltar a aplicar o percentual mínimo por lei na saúde, o
que traz enormes prejuízos aos municípios.
Durante a palestra, o coordenador da
Câmara Técnica de Medicina Legal do Cremerj, Dr. Luiz Carlos Leal Prestes Jr.,
abordou o cuidado que o médico deve ter ao preencher a declaração de óbito,
levando sempre em consideração o histórico de saúde da pessoa, mas, principalmente,
documentos que comprovem as informações passadas pela família ou pelo
profissional de saúde. “Informações verbais não valem para o preenchimento. É
fundamental analisar os documentos e o prontuário, se o paciente estiver no
hospital. Além disso, é preciso assegurar a identificação do falecido”,
ressaltou. Casos suspeitos ou com indícios de violência devem ser encaminhados
ao IML, obrigatoriamente. “Se houve internação por trauma de qualquer natureza,
que se desdobre em pneumonia ou quadro de infecção e morte, também precisa ser investigada
pela perícia legal e o corpo enviado ao IML.”