Discutir a gravíssima situação do atendimento às urgências no HGNI (Hospital da Posse) e as repercussões imediatas na assistência em toda a região foi um dos temas da reunião extraordinária do Conselho Técnico do Cisbaf, no dia 29, na sede do consórcio. Os secretários de Saúde também debateram outro grande problema, comum aos municípios: o alto déficit de leitos de retaguarda para internação de pacientes crônicos estabilizados, mas que ainda necessitam de acompanhamento multidisciplinar.
O secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Antônio Teixeira Junior, falou sobre a real e grave situação do Hospital da Posse, com ênfase para o atendimento na especialidade de neurocirurgia. A unidade é referência para toda a Baixada, recebe enorme número de pacientes vítimas de acidente vascular cerebral e politraumatizados. A secretária executiva do Cisbaf, Rosangela Bello, destacou ainda o alto índice de acidentes nas vias publicas e rodovias que cortam a Baixada, principalmente, envolvendo motociclistas, aumentando de forma significativa os traumatismos cranianos.
A unidade, que enfrenta também dificuldades na manutenção da equipe médica especializada, se pronunciou junto aos órgãos competentes. “Já oficializamos o Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado de Saúde, o Ministério Público e as Prefeituras da Baixada Fluminense sobre o fechamento da neurocirurgia, caso o MS não efetive a contratualização do HGNI”, destaca o secretário de Nova Iguaçu. Luiz Antônio pediu a compreensão e a colaboração dos demais gestores no sentido de regularem os atendimentos, através do Núcleo Interno de Regulação do HGNI, e em contrapartida retirarem os pacientes dos seus municípios já estabilizados que precisam apenas de um leito para continuidade do tratamento.
A questão levantou outro grande problema da região: o alto déficit de leitos de retaguarda para internação desses pacientes. Segundo levantamento preliminar do Cisbaf, hoje na Baixada faltam 646 leitos de retaguarda. Para resolver a questão, os gestores assumiram o compromisso de identificar na rede pública esses leitos ou contratá-los na rede privada.
O secretário de Saúde de São João de Meriti, Oscar Berro, ressaltou a importância de os gestores se unirem enquanto consórcio e juntos apoiarem a SEMUS Nova Iguaçu nesse momento de dificuldade no HGNI. A secretária de Saúde de Queimados e atual presidente do Conselho Técnico do Cisbaf, Fátima Cristina Sanches, e a secretária de Japeri, Fátima Poubel, registraram a ausência de leitos para contratação até na rede particular.
Ao final do encontro, algumas medidas imediatas foram definidas: elaboração pela direção médica do HGNI de um protocolo identificando os pacientes que são eletivos (com maior gravidade) para o HGNI; identificação clínica dos pacientes internados para transferência dos estabilizados para os municípios de origem; disponibilização pelos gestores de leitos de retaguarda em todos os municípios; solicitar uma agenda com a SES para discutir o assunto com os secretários da Baixada; reiterar a proposta definida entre os prefeitos no início do ano junto ao MS, e solicitar aos prefeitos ações mais severas de fiscalização e repressão das infrações cometidas no trânsito, especialmente, pelos motociclistas.
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