Fevereiro
Pioneira, a iniciativa estabelece fluxo de atendimento dos pacientes no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), unidade de referência em neurocirurgia no país
A Secretaria de Estado de Saúde lançou, nesta segunda-feira (29/2), o primeiro projeto do país voltado para o acolhimento de crianças com microcefalia expostas ao zika vírus e gestantes com diagnóstico positivo para a doença e ultrassonografia que indique possibilidade da malformação no feto. Elaborada pela equipe médica do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC) e pela área técnica da SES, a iniciativa prevê o acolhimento das famílias impactadas, com a realização de consultas multidisciplinares e exames de alta complexidade, além da avaliação e indicação de tratamento pela equipe da unidade, uma das principais unidades de neurocirurgia no país. O início do atendimento é imediato para pacientes de todo o estado.
– O acolhimento das famílias neste momento é fundamental. O atendimento no IEC vai garantir o acesso aos mais completos exames para investigar e diagnosticar as particularidades das condições clínicas dos casos. Com os resultados, será possível indicar o tratamento mais adequado para cada paciente, observando suas necessidades específicas – explica Luiz Antônio Teixeira Jr.
A previsão é de que 50 pacientes sejam atendidos por mês, totalizando cerca de 500 atendimentos, entre consultas e exames, que envolverão os pacientes e suas famílias, a serem realizadas por equipes multidisciplinares - compostas por pediatras, neuropediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicoterapeutas, entre outros. O projeto prevê ainda que as gestantes com diagnóstico confirmado para a doença e ultrassonografia que indique a possibilidade da malformação neurológica no feto sejam encaminhadas para exames de ressonância magnética no IEC.
– Com profissionais altamente qualificados, o Instituto tem a expertise necessária para avaliar e indicar as melhores possibilidades de tratamento para estes pacientes, além da estrutura de excelência. A unidade terá ainda um papel importante na coleta de informações para a realização de estudos sobre o assunto – explica o neurocirurgião Paulo Niemeyer, diretor do IEC.
Acolhimento imediato - O acolhimento dos pacientes e suas famílias é realizado com base em informações da subsecretaria de Vigilância em Saúde, que, desde junho de 2015, monitora os casos de microcefalia sob suspeita de ligação com o vírus zika assim como as notificações de gestantes com exantema (manchas vermelhas na pele). O encaminhamento para o IEC é feito por meio de regulação interna da Secretaria de Saúde. O mapeamento serve ainda para que a SES possa manter o acompanhamento de cada um.
Casos de microcefalia com suspeita de exposição ao zika vírus – Todos os casos de crianças com diagnóstico de microcefalia com suspeita de ligação com o vírus zika terão atendimento agendado do IEC. No primeiro momento, os pacientes serão atendidos por equipes multidisciplinares e contarão com avaliação pediátrica e neuropediátrica, fonoaudiologia e fisioterapia, além de atendimento psicoterapêutico, entre outros. Em seguida, serão agendados exames complementares que serão realizados na unidade, em uma segunda data. Com os resultados, os pacientes serão avaliados e terão o tratamento orientado para que possam ser direcionados para unidades de tratamento e reabilitação. A SES continuará acompanhando os casos.
Casos de gestantes com suspeita de zika vírus e alterações em exames de ultrassom – As mulheres grávidas que tenham exames positivos para o vírus zika e que apresentem alterações em exames de ultrassom indicando a possibilidade de microcefalia nos fetos terão agendamento para a realização de ressonância magnética a partir do 2º trimestre. Com a precisão deste tipo de exame, o resultado poderá colaborar para o acompanhamento pré-natal das gestantes em suas unidades de origem. As pacientes também serão encaminhadas para a realização de ultrassonografias no Rio Imagem. Todas continuarão a ser acompanhadas pela SES.