Secretários de saúde da Baixada discutem desafios e novos projetos para 2015

Setembro

A inauguração do ambulatório avançado de anticoagulação de Duque de Caxias, a participação do governo estadual no cofinanciamento do Samu Baixada e a crise na saúde da região foram os principais assuntos debatidos entre os secretários de Saúde que compõem o Conselho Técnico do Cisbaf, em reunião ocorrida no dia 05, na sede do consórcio.

Para facilitar a vida dos pacientes que residem na Baixada e realizam mensalmente o exame de dosagem de anticoagulação no Instituto Nacional de Cardiologia, localizado na Zona Sul do Rio, foi inaugurado no dia 26 de agosto o primeiro ambulatório avançado no Hospital Municipal Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias. A iniciativa, fruto do convênio de cooperação técnica firmado entre o Cisbaf e o INC, faz parte doPrograma Cardioredesque visa a implantação da Rede de Atenção Cardiovascular na Baixada Fluminense e a descentralização do atendimento especializado. Segundo a secretária executiva do Cisbaf, Rosangela Bello, a meta é implantar na região mais dois ambulatórios avançados em municípios localizados em locais estratégicos a fim de facilitar o acesso da população.

Outro ponto bastante discutido entre os gestores foi o subfinanciamento da saúde. “O alto custo tecnológico e para pagamento dos profissionais de saúde, principalmente os especializados, muitas vezes inviabiliza a manutenção dos serviços”, desabafam os secretários da pasta. Muitos ainda apontaram grande dificuldade em realizar os serviços pactuados com outros municípios, através dos recursos da PPI (Programação Pactuada Integrada), agravando ainda mais a situação.

A ausência do cofinanciamento de 25% da Secretaria de Estado de Saúde para o Samu Baixada – para manutenção da Central de Regulação Regional e das bases descentralizadas municipais –, está obrigando as prefeituras a terem um desembolso ainda maior. O serviço, implantado em outubro de 2004, nunca contou com a verba estadual, o que descumpre a Portaria ministerial que preconiza os recursos de fonte tripartite: 50% do Ministério da Saúde, 25% do governo estadual e 25% dos governos municipais. Para avançar na questão, os gestores acordaram a apresentação e aprovação da planilha de cofinanciamento para o Samu Baixada de 2015 na próxima reunião da Comissão Intergestores Regional e da Comissão Intergestores Bipartite.  

O secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Antonio Teixeira Junior, voltou a falar da dificuldade de atendimento na maternidade Mariana Bulhões e no Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse) em função da enorme demanda de pacientes de todos os municípios e da ausência de leitos de retaguarda para retirada dos casos estabilizados. “Com o fechamento de algumas unidades de saúde ao longo deste ano, a situação está cada vez mais difícil. Está faltando espaço para absorver novos pacientes”, ressalta o secretário.

O secretário de Saúde de São João de Meriti, Oscar Berro, endossou o desabafo e reforçou pedido de maior comprometimento dos demais gestores na contratação de leitos de retaguarda para retirada de pacientes estabilizados oriundos dos seus municípios, para que o Hospital da Posse possa exercer seu principal papel no atendimento dos casos graves e de urgência. “Se todos nós não ajudarmos o Hospital da Posse, ele vai agonizar, e toda a Baixada ficará desassistida no atendimento da urgência e emergência.”

Frente ao grave cenário da saúde pública da região, foi acordada a elaboração de um documento com os principais projetos da Baixada: construção e custeio de um hospital geral federal e um estadual, implantação de polos de referência para oncologia, e contratação de leitos de retaguarda para desafogar as três unidades de referência que existem (Posse, Moacyr do Carmo e Saracuruna). 

Ao final do encontro, a gerente de projetos do Cisbaf, Marcia Cristina Ribeiro, registrou a apresentação, na última reunião da CIR, do relatório do Núcleo Regional do Telessaúde Baixada, que completou um ano de trabalho.

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