Autor(es): Flávia Pierry
O Globo - 05/09/2012
Estudo aponta redução de 1995 a 2010; fatia maior é da Previdência
BRASÍLIA Entre 1995 e 2010, os Gastos Sociais Federais (GSF) do governo - para Saúde, Educação e previdência, por exemplo - cresceram 172%, descontando a inflação, partindo de R$ 234 bilhões em 1995 para R$ 638,5 bilhões em 2010. Apesar do crescimento, o pagamento de benefícios a servidores públicos, sem computar salários, ficou com a segunda maior fatia desses recursos, atrás apenas de gastos com a Previdência Social. Já a parceladestinada à Saúde e à Educação foi reduzida no período.
Os dados constam de estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão ligado ao governo. De acordo com o estudo, a Previdência Social recebeu, em 2010, R$ 303,5 bilhões em termos reais. O valor equivale a 47,5% dos gastos sociais, 7,38% do PIB. Em 1995, representava 44,3%.
O pagamento de benefícios a servidores públicos - previdenciários dos inativos e pensionistas da União, além de assistência médica e benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-creche - somou R$ 93,1 bilhões em 2010, em termos reais, equivalentes a 2,26% do PIB. Embora seja a segunda maior fatia de recursos para uma área social, com 14,6% do total, o percentual vem caindo. Em 1995, representava 21,9% desses gastos.
Os gastos na Saúde caíram em relação ao total de gastos do governo e ao PIB. Em 1995, o valor gasto com Saúde somava R$ 37,3 bilhões, 15,9% do total de GSF, passando a R$ 68,8 bilhões em 2010, 10,8%, descontando a inflação. Os recursos, que eram 1,79% do PIB em 1995, corresponderam a 1,68% do PIB em 2010. Foi reduzida a fatia da Educação: em 1995, foram R$ 19,7 bilhões (8,5% dos gastos), passando a R$ 45,5 bilhões em 2010 (7,2% do GSF). Sobre o PIB houve acréscimo: 0,95% em 1995 e 1,11% em 2010.