Março
O Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense, através do Núcleo de Telessaúde da Baixada Fluminense, está capacitando médicos e enfermeiros da atenção básica sobre o Diabetes Mellitus. Profissionais de todos os municípios que integram o consórcio foram beneficiados no curso realizado entre os dias 17 e 26. O principal objetivo é promover uma revisão e abordar as consequências desta patologia intensificando o diagnóstico precoce e o acompanhamento para um melhor controle das complicações imediatas e tardias.
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), entre elas as doenças cardiovasculares (DCV), como o infarto agudo do miocárdio (IAM) e o acidente vascular cerebral (AVC), são as principais causas de morte e incapacidade prematura em muitos países, incluindo o Brasil. Em 2004 elas foram responsáveis por mais de 62% dos óbitos no país, com maior porcentagem nas regiões Sul e Sudeste. As estimativas sugerem que em 2020 chegará a 25 milhões o número de mortes em todo mundo.
– A importância do conhecimento dos aspectos epidemiológicos do Diabetes Mellitus está em demonstrar que esta patologia é um problema de saúde pública e uma prioridade de saúde no nosso país. Além da elevada mortalidade, a doença também é responsável por um grande número de internações hospitalares. Só no ano de 2008, as DCV foram responsáveis por cerca de 20% do gasto total do SUS com hospitalizações em ambos os sexos – argumenta Sônia Zimbaro, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro/Seccional Baixada Fluminense e telerreguladora médica do Núcleo Regional de Telessaúde da Baixada Fluminense.
Segundo Sônia Zimbaro, a capacitação das equipes da atenção básica em saúde visa atingir algumas metas, como reduzir a taxa de mortalidade prematura (<70 anos) por DCNT em 2% ao ano; diminuir a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes; deter o crescimento da obesidade em adultos; reduzir as prevalências de consumo nocivo de álcool; aumentar a prevalência de atividade física no lazer; elevar o consumo de frutas e hortaliças; baixar o consumo médio de sal e a prevalência do tabagismo.
Considerando que o Brasil tem uma das populações que mais envelhecem no mundo e o número de indivíduos com 65 anos e mais que relataram apresentar pelo menos uma doença crônica chegava a 79,1, o Ministério da Saúde desenvolveu o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) 2011-2020. De acordo com dados do MS, o diabetes acomete 7,6% da população brasileira entre 30 e 69 anos de idade (1992). O mais alarmante, segundo estudos, é que cerca de 50% dos portadores desconhecem o diagnóstico e 24% dos pacientes afetados não fazem qualquer tipo de tratamento.
A especialista destaca outro estudo nacional: o Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional (EBDG) que mostrou, em média, uma prevalência de 7,6% de alteração de tolerância à glicose na gestação nas mulheres brasileiras, estando o maior índice em Manaus com 9,5%. No Estado do Rio de Janeiro foram encontradas 5,3% das gestantes com a doença.